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Arte e luta: em defesa da reforma agrária e rumo a seu 7º Congresso Nacional, MST realiza sarau no Dia de Luta pela Terra

Arte e luta: em defesa da reforma agrária e rumo a seu 7º
Evento reuniu militantes, lideranças, artistas e apoiadores para reforçar a luta pela reforma agrária

“As artes traduzem a nossa subjetividade, e ela é muito subversiva. É ela que pode se embrenhar em lugares em que muitas vezes a nossa objetividade não chega”. A fala do cantor e compositor Chico César dá o tom de como foi o ato cultural e político organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na noite de hoje (17) de abril, Dia Mundial de Luta pela Terra.

O Galpão Cultural Elza Soares, no bairro de Campos Elíseos em São Paulo, recebeu um sarau com artistas, amigos e apoiadores da luta pela Reforma Agrária Popular. Performances, poesias e muita música marcaram a noite, que começou com a apresentação de uma mística, prática cultural e coletiva feita historicamente dentro dos assentamentos, acampamentos e organizações do MST, que invoca os valores básicos que compõe a luta pela terra e pela reforma agrária popular.

Sarau reuniu a militância do MST, em São Paulo (SP) / Ana Carolina Haddad/Brasil de Fato

Além de Chico César, estiveram presentes nomes como os dirigentes do MST João Pedro Stedile e João Paulo Rodrigues, os jornalistas Xico Sá e Chico Pinheiro e lideranças políticas, como o ex-ministro José Dirceu e o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP).

O cantor pernambucano Otto também marcou presença no sarau. “O MST é um exemplo de civilidade social. Eu sou fã desde sempre do MST e me sinto honrado de estar aqui”, disse o compositor. “Estou na luta, a gente luta por um Brasil melhor e o campo do Brasil é o MST. Milhões de pessoas que lutam por dignidade, terra, por plantar em um país tão problemático. É essencial”, definiu.

Arte e luta: em defesa da reforma agrária e rumo a seu 7º Congresso Nacional, MST realiza sarau no Dia de Luta pela Terra
O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) / Sara Sulamita/MST

A data homenageia as 21 vítimas do massacre de Eldorado do Carajás, no Pará, em 17 de abril de 1996. Na ocasião, um grupo com cerca de 1,5 mil trabalhadores sem-terra estava acampado e planejava marchar até a capital paraense, Belém, quando foi atacado por policiais militares.

“O 17 de abril não é mais uma luta só do Brasil. É Uma luta internacional, de quem ainda defende a reforma agrária”, afirma João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST. “Essa semana fizemos mais de 28 ocupações de terra em todo o país. Se encontrar nesse momento é coroar as lutas, a resistência e as vitórias dos 40 anos do MST e lançar o nosso Congresso.”

Ele refere ao 7º Congresso Nacional do movimento, que deve reunir cerca de 20 mil de militantes em julho, em Brasília (DF), para discutir as prioridades e estratégias do movimento para os próximos anos.

Já as 28 ocupações de terras improdutivas realizadas pelo Brasil aconteceram na última semana e são parte do Abril Vermelho, já tradicional jornada nacional de lutas realizada pelo MST neste mês. As ocupações em 10 estados mais o Distrito Federal envolvem cerca de 20 mil famílias para cobrar a aceleração da reforma agrária, com críticas ao que consideram ações e orçamento insuficientes nas políticas do governo Lula (PT) para o setor.

A resposta do governo veio na última segunda-feira (15), com o programa Terra da Gente. São 17 caminhos legais para obter e disponibilizar terras para a reforma agrária, as chamadas “prateleiras de terras”. Ações consideradas pelo movimento como positivas, mas insuficientes. Discordância natural, na visão de Chico César.

“Uma coisa é o governo e outra coisa é a sociedade. Se a sociedade não se manifestar, não se colocar por seu próprio movimento, porque os governos são passageiros, então o governo também não anda. Então nós temos que fazer a nossa caminhada, do nosso jeito. Independente do governo – e às vezes apesar do governo”, analisa.

“As pautas o governo são umas, e as pautas da sociedade são outras. É natural, às vezes coincide. E até para que o governo não fique refém de uma direita, de uma extrema direita horrorosa, é importante as pessoas perceberem que o movimento social não refluiu, ele está aí na luta. Nós vamos ser compreensivos com o governo em alguns momentos, e o governo também vai ter que ser compreensivo com o movimento, mas as coisas têm que avançar. Se não tiver avanço, o povo vai pra rua mesmo, e vai ocupar, e vai produzir, vai fazer o que sempre fizemos.”

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O cantor Chico César / Sara Sulamita/MST


Fato Novo com informações: Brasil de Fato

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