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Obesidade infantil: Profissionais de saúde da rede pública do DF alertam para riscos

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Uma em cada cinco crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos está acima do peso, o que representa cerca de 391 milhões de jovens em todo o mundo. Quase metade deles já enfrenta a obesidade. Esse alerta foi dado em um relatório recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que analisou dados de mais de 190 países. Pela primeira vez, o excesso de peso infantil superou a desnutrição, acendendo um alerta para famílias e profissionais de saúde.

Enquanto a subnutrição caiu de 13% em 2000 para 9,2% em 2025, os casos de obesidade triplicaram, atingindo 9,4%. Apenas a África Subsaariana e o sul da Ásia ainda apresentam mais casos de baixo peso do que de sobrepeso.

Nos centros de saúde do Distrito Federal, essa mudança já é visível. O pediatra Luis Henrique, do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), explica que o aumento do excesso de peso nas crianças está diretamente relacionado ao consumo de alimentos industrializados e à falta de atividade física.

“Hoje, produtos congelados, embutidos e prontos para o consumo são muitas vezes mais baratos e práticos do que frutas, verduras e carnes. Isso, combinado com o tempo excessivo diante das telas, faz com que cada vez mais crianças ganhem peso”, observa.

De acordo com ele, as consequências aparecem cedo e não devem ser subestimadas. “Estamos observando meninos e meninas desenvolvendo diabetes tipo 2, hipertensão, problemas ortopédicos e até doenças cardiovasculares em idades muito jovens. Além disso, há efeitos emocionais, como bullying e baixa autoestima. Se essa condição persistir, torna-se uma bola de neve difícil de controlar na vida adulta.”

“Quanto mais cores no prato, melhor, sempre priorizando alimentos locais e naturais. Muitos pais trocam o refrigerante por suco de caixinha achando que é saudável, mas não é.”

Ingrid Oliveira, nutricionista do Hospital Regional de Santa Maria

Má nutrição: um novo retrato

Antes, o termo crianças malnutridas referia-se a baixo peso devido à falta de alimentos. Hoje, a realidade é diferente: muitos jovens têm acesso a alimentos, mas não recebem os nutrientes necessários para uma dieta equilibrada.

Estudos indicam que a desnutrição ainda é uma preocupação em crianças menores de 5 anos em países de baixa e média renda. Entre escolares e adolescentes, porém, o excesso de peso é a condição mais comum.

Situação no Brasil

No Brasil, a obesidade já havia superado a subnutrição antes de 2000. Naquela época, 5% das crianças e adolescentes de 5 a 19 anos enfrentavam o problema. Esse número triplicou até 2022, chegando a 15%.

O Unicef alerta que, sem políticas eficazes de prevenção, os custos podem ser altos. Até 2035, a obesidade e o sobrepeso devem gerar um impacto econômico superior a US$ 4 trilhões por ano no mundo.

Apesar disso, o país foi destacado como um exemplo positivo por medidas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que limita ultraprocessados nas escolas, além da rotulagem frontal de alimentos e da proibição de gorduras trans.

Prevenção começa em casa

Para a nutricionista do Hospital Regional de Santa Maria, Ingrid Oliveira, o cuidado deve começar no ambiente familiar, e pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença. “Quanto mais cores no prato, melhor, sempre priorizando alimentos locais e naturais. Muitos pais trocam o refrigerante por suco de caixinha achando que isso é saudável, mas não é”, explica.

Ela recomenda a redução do consumo de embutidos, biscoitos recheados e fast food. “Um pão francês pode ser uma opção melhor do que produtos cheios de aditivos, desde que consumido com moderação”, orienta.

Outro aspecto essencial é a postura dos pais. “Não adianta impor restrições se os adultos não forem um exemplo. Também é fundamental diminuir o tempo de tela e incentivar atividades ao ar livre”, destaca.

A nutricionista lembra que os efeitos de uma alimentação inadequada vão muito além do peso. “Nosso corpo não foi feito para lidar com tantos produtos artificiais. Eles afetam não apenas a saúde física, mas também hormônios, ossos e até o humor de crianças e adolescentes”, conclui.

Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)

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