A aposentada Dolvanda Bauer, de 78 anos, observa atentamente as transformações na W3 Sul, uma avenida que frequenta desde sua chegada a Brasília, há mais de 50 anos. Para ela, a requalificação realizada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) trouxe melhorias visíveis, especialmente em termos de mobilidade e segurança para os pedestres. “A reforma do asfalto foi uma grande vantagem, melhorou bastante o trânsito. As calçadas estão muito melhores, agora podemos caminhar com mais firmeza. Antes, era comum desviar de buracos. Eu mesma já cheguei a cair”, recorda. “Hoje, tudo está mais nivelado, os cadeirantes conseguem passar, e nós, que já somos mais velhos, andamos com mais tranquilidade.”
Essa é a nova realidade da W3 Sul, uma das avenidas mais icônicas de Brasília, após as obras de requalificação iniciadas em 2019. Desde então, o GDF, através da Secretaria de Obras e Infraestrutura, tem concentrado esforços significativos na área. Durante esse período, foram firmados 18 contratos, totalizando mais de R$ 90 milhões em investimentos, destinados à modernização e valorização urbana de uma das vias mais tradicionais do centro da capital.
De acordo com o secretário executivo de Obras, Erinaldo Sales, as intervenções desde 2019 englobam uma ampla gama de serviços de requalificação e melhoria da infraestrutura urbana, incluindo a construção de calçadas acessíveis, instalação de piso fulget, pedras portuguesas, estacionamentos, adequação de acessibilidade, sinalização viária, drenagem pluvial, adequação de acessos, pavimentação de faixas exclusivas para ônibus, paisagismo e instalação de mobiliário urbano. “Estamos prosseguindo com a recuperação da pavimentação asfáltica, que deve ser finalizada até dezembro”, explicou.
Essas obras abrangem diversos trechos e áreas estratégicas, como das quadras 503 a 516 e 703 a 716 da W3 Sul, além do Setor Comercial Sul, Setor de Rádio e TV Sul, Praça do Povo, Praça 21 de Abril e o Terminal da Asa Sul.
O objetivo das obras é que a W3 Sul retome seu status de uma avenida movimentada comercial e culturalmente. Segundo Erinaldo, as obras também incluem a criação de novas calçadas e a requalificação dos pisos laterais ao comércio, visando integrar o trabalho do governo com a comunidade. “A ideia é que a avenida volte a ser um dos principais polos comerciais de Brasília, resgatando a cultura da W3 como um antigo shopping a céu aberto”, destacou.
O secretário enfatizou que a iniciativa resulta de uma parceria entre o GDF e os comerciantes locais, que têm colaborado para impulsionar o comércio da região. “Quando o governo realiza a revitalização, o comerciante ganha um novo fôlego para investir em sua loja. É um esforço conjunto que traz benefícios para todos”, afirmou.
Os comerciantes da região foram os que mais perceberam os efeitos positivos da requalificação da W3 Sul, com um aumento no movimento e no interesse dos clientes após as melhorias. Umilton Aquino, de 34 anos, é um exemplo disso. Ele observou que, antes das obras, o acesso era difícil e o estacionamento precário, o que afastava clientes e impactava negativamente nas vendas.
“Antigamente, o estacionamento era ruim, era difícil encontrar vaga e o acesso não era bom. Agora está tudo pintado, organizado, com espaço para as pessoas transitarem nas calçadas. Melhorou bastante”, contou. Umilton destacou que a transformação da via teve um impacto direto nas vendas. “O movimento da loja melhorou muito, está crescendo, graças a Deus. Muitas pessoas estão voltando a frequentar a região e conhecendo minha loja. A cada dia a situação melhora mais”, disse.
Intervenções
As intervenções realizadas desde 2019 mudaram significativamente a infraestrutura da avenida, de acordo com Adoney de Jesus, engenheiro responsável pelas obras na W3 Sul. Ao longo dos anos, várias melhorias foram implementadas, como a troca das calçadas e a instalação de novos pisos, visando não apenas a valorização estética, mas também funcional e sensorial.
Uma das principais mudanças foi a substituição do pavimento da faixa central dos ônibus por concreto, garantindo maior durabilidade, segurança e redução nos custos de manutenção para o Estado, além de otimizar o fluxo do transporte público, que antes era prejudicado por irregularidades na pista.
As calçadas foram refeitas em ambos os lados da via, tanto nas quadras 500 quanto nas 700, e também no canteiro central. A obra incluiu a requalificação de praças importantes, como a Praça do Povo, no Setor Comercial Sul, e a Praça 21 de Abril, que está em execução. O Setor de Rádio e TV Sul também recebeu melhorias, como a criação de bolsões de estacionamento, atendendo a uma antiga demanda da população.
A nova sinalização de trânsito foi outro destaque, resolvendo problemas que anteriormente causavam confusão e transtornos. O tráfego agora flui de maneira mais segura e organizada. Também houve intervenções nos acessos à W3 Sul, como na área da Polícia Militar, e novas etapas estão em andamento, incluindo a conexão com a W3 Norte.
Adoney de Jesus comentou: “Quanto mais urbanizado é um local, mais as pessoas se sentem à vontade para ocupar aquele espaço.” O projeto de requalificação vai além da superfície e abrange toda a infraestrutura da via, com melhorias na drenagem, iluminação pública, troca de meio-fios danificados, acessibilidade, instalação de mobiliário urbano, arborização e paisagismo, formando um conjunto completo de modernização urbana.
Ele enfatizou que a requalificação não se limita à estética, mas gera benefícios amplos para a cidade. “Quanto mais urbanizado um lugar, mais a população se sente à vontade para ocupá-lo. E quando a sociedade se apropria desse espaço, a criminalidade tende a se afastar, reduzindo os índices de violência e contribuindo de forma positiva em vários outros setores, inclusive na saúde”, afirmou. “Um ambiente limpo e urbanizado diminui os riscos de epidemias e o surgimento de focos de dengue ou outras doenças. Com a drenagem adequada, por exemplo, evitam-se poças de água parada que podem gerar contaminações ou problemas respiratórios e de pele.”
Ele explicou ainda que a obra consiste em um conjunto integrado de melhorias. “Além de urbanizar a cidade em termos de infraestrutura, traz avanços em várias áreas, como saúde e educação. Pessoas que moram longe e tinham dificuldade de acessar escolas no centro agora se sentem mais seguras e confortáveis para matricular seus filhos nessas instituições. Também observamos um impacto positivo em espaços de convivência, como o centro de lazer da região, que atualmente tem um movimento muito maior. Ou seja, as obras de infraestrutura vão além dos benefícios estruturais, promovendo qualidade de vida e fortalecendo o convívio social”, destacou.








