O mês de novembro marca o sexto aniversário do programa Humanizar, uma iniciativa criada pela primeira-dama Mayara Noronha Rocha, que agora faz parte da identidade das treze unidades de pronto atendimento (UPAs) e de três hospitais sob a gestão do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF). O programa foi desenvolvido para proporcionar acolhimento, escuta ativa e orientação segura a aqueles que chegam fragilizados às unidades de saúde, evoluindo para uma política de cuidado que reestrutura rotinas e relações dentro da rede.
Mayara recorda que a ideia surgiu de uma preocupação. “Ninguém deve enfrentar o sistema de saúde sozinho, especialmente em momentos delicados. Eu tinha certeza de que era possível fazer a diferença. O Humanizar nasceu dessa convicção,” afirma.
Para Mayara, o crescimento do programa é motivo de grande orgulho. “Quando o Humanizar é implementado em cada UPA e hospital do IgesDF, percebemos que a sensibilidade também pode se tornar uma política pública,” destaca.
A Visão da Idealizadora
De acordo com Mayara Noronha Rocha, o impacto do Humanizar vai além das unidades de saúde e transforma a cultura de toda a rede. “Não há saúde sem afeto. A humanização não é um acréscimo, mas parte essencial do cuidado. Meu desejo é que cada servidor do DF veja o paciente como alguém que traz histórias, medos e esperanças,” diz.
Ela também expressa seu desejo de expansão. “Quero ver o Humanizar crescer, se multiplicar e alcançar todas as unidades de saúde do Distrito Federal. Cada colaborador é uma luz que guia alguém em um momento difícil,” conclui.
A Construção de uma Cultura
Iniciado em 29 de novembro de 2019, o Humanizar começou com apenas 33 profissionais dedicados a acolher os que chegavam às unidades. Sua missão era clara: reduzir a angústia, facilitar a comunicação e garantir cuidado desde o primeiro contato.
Com a consolidação do programa, ele se integrou à gestão do IgesDF. Atualmente, conta com 136 colaboradores nas treze UPAs e nos hospitais de Base (HBDF), Regional de Santa Maria (HRSM) e Cidade do Sol (HSol). Todos passam por formações contínuas que aprofundam práticas de escuta qualificada, empatia e comunicação clara, fundamentos da humanização.
Mayara enfatiza que o diferencial é colocar o paciente no centro do atendimento. “O Humanizar não é apenas um projeto de discursos, mas de presença. Trata-se de olhar nos olhos, orientar com clareza e segurar a mão de quem está com medo,” observa.
Para ela, o crescimento da equipe demonstra a relevância da iniciativa. “Quando um paciente diz que finalmente se sentiu visto, isso indica que estamos no caminho certo.”
À Frente da Legislação
Em abril de 2025, a Lei nº 15.126 atualizou os princípios do SUS e estabeleceu a atenção humanizada como diretriz obrigatória nos serviços de saúde. Quando essa mudança ocorreu, o IgesDF já vivia essa realidade desde a criação do Humanizar.
Anucha Soares, gerente geral de Humanização e Experiência do Paciente, destaca esse pioneirismo. “O Instituto estava à frente de seu tempo. Quando a lei foi alterada, o Humanizar já era uma prática consolidada. Outras instituições nos contatam para entender como estruturamos esse modelo,” afirma.
O presidente do IgesDF, Cleber Monteiro, também ressalta a expansão do programa. “É gratificante ver o quanto o Humanizar cresceu. Hoje é referência fora do Distrito Federal. A forma como cuidamos das pessoas demonstra que é possível oferecer atendimento público com dignidade e sensibilidade.”
Ele complementa que o cuidado também se estende à equipe. “Precisamos acolher quem acolhe. Já avançamos em uniformes, plano de saúde e condições de trabalho. Nosso compromisso é fortalecer ainda mais essa política.”
Histórias que Revelam Impacto
A força do Humanizar é visível nos relatos dos auxiliares de humanização, que evidenciam como pequenos gestos podem transformar completamente a experiência de um paciente.
Angélica Gomes, auxiliar da UPA de Brazlândia, lembra de uma paciente que passou o aniversário internada. Ao receber um simples “parabéns”, ela se emocionou. “Ela chorou como se tivesse recebido um pedaço do seu dia de volta,” relata Angélica, que conseguiu um bolo adequado e reuniu a família da paciente. “Para mim, era algo simples, mas para ela, significou tudo,” diz.
Outro caso marcante foi o vínculo com um paciente idoso. “Ele me acolheu tanto quanto eu o acolhi. Até hoje, me manda mensagens dizendo que está bem.” Para Angélica, o Humanizar prova que “um sabonete, um abraço ou uma conversa sincera podem mudar o dia de alguém”.
Atila Rodrigues, analista de humanização e responsável pelo projeto Dose de Alívio, recorda o senhor Agostinho, um paciente que adorava cantar. “A filha disse que ele se sentia famoso sempre que cantava. Por isso, montamos um karaokê só para ele. Dois meses depois, ele faleceu. Saber que proporcionamos uma memória feliz é o que nos motiva,” destaca.
Além dos atendimentos, o Humanizar produz materiais afetivos, como um jornal interativo, uma cartilha de direitos e o Prontuário Afetivo, que ajuda acompanhantes a entenderem o percurso de atendimento.
Letícia Ângelo, chefe do Núcleo de Humanização, ressalta a importância de fortalecer o grupo. “Nas imersões, os auxiliares percebem o impacto que têm juntos. Cada história compartilhada reforça o significado do Humanizar,” afirma.
Celebração
Na última quinta-feira (13), a Residência Oficial do Governador recebeu colaboradores do Humanizar, gestores do IgesDF e convidados para comemorar os seis anos do programa. A noite foi marcada por discursos, agradecimentos e reencontros entre profissionais de diferentes unidades, tudo em um clima de reconhecimento e orgulho pela trajetória percorrida.
Para o presidente do Instituto, iniciativas como o Humanizar reforçam o compromisso do IgesDF com um atendimento qualificado e uma cultura interna focada no acolhimento. “Cultivar um ambiente de trabalho saudável e colaborativo nos permite oferecer um serviço mais humano e solidifica nossa missão institucional,” enfatiza.
Com informações do IgesDF








