A maioria da população brasileira não acessa a internet de forma satisfatória. É o que aponta um levantamento divulgado pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br). O estudo identificou deficiências no acesso, no uso e na apropriação da rede, mesmo com melhora gradativa entre 2017 e 2023.
O tema foi destaque no Central do Brasil desta quarta-feira (24), que entrevistou Graziela Castello, coordenadora de estudos setoriais no Cetic.br. Ela explicou que 84% por cento da população brasileira é usuária de internet, mas que a maior parte desse contingente não tem um acesso de qualidade.
“Existem quatro dimensões para uma conectividade satisfatória. O custo: será que as pessoas têm condições financeiras para adquirir os dispositivos e ter acesso a uma conexão de qualidade? A velocidade é devida? Ela tem os dispositivos de acesso necessários? Será que fazem uso onde elas quiserem e com a frequência que elas quiserem? Quando olhamos para essa combinação de dimensões, o resultado é que na verdade só 22% dos brasileiros têm condições satisfatórias de conectividade, e 57% dos brasileiros têm condições precárias de acesso.”
O estudo mostrou que as desigualdades no âmbito da inclusão digital refletem também as desigualdades estruturais da sociedade. As regiões Norte e Nordeste, população de áreas rurais, pessoas com baixa escolaridade, pessoas fora do mercado de trabalho, mulheres e pessoas pretas e pardas são as que têm os piores indicadores de conectividade significativa, conceito utilizado na pesquisa para definir a qualidade no uso da internet.
“A gente vai reproduzindo esses padrões, perdendo a oportunidade de transformar as tecnologias numa alavanca de sobreposição dessas vulnerabilidades pré-existentes”, pontua Castello.
A entrevista completa está disponível na edição desta quarta-feira (24) do Central do Brasil, que pode ser acessada no canal do Brasil de Fato no YouTube.
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Fato Novo com informações: Brasil de Fato
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