Os furões-do-pé-preto Noreen e Antonia foram clonados a partir do mesmo material genético de um clone anterior; animais vivem saudáveis em instituições de conservação
Na quarta-feira (17), o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos divulgou o nascimento de dois clones de furão-do-pé-preto (Mustela nigripes), chamados Noreen e Antonia.
O furão-do-pé-preto foi incluído na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) em 2015 e está na classificação “Em perigo”. A clonagem de espécies ameaçadas é uma estratégia para ajudar na recuperação desses animais.
Noreen e Antonia foram clonados a partir do mesmo material genético que o furão-do-pé-preto fêmea Elizabeth Ann, que, por sua vez, foi clonada com base em células congeladas coletadas em 1988 de uma fêmea da espécie chamada Willa.
As amostras utilizadas para criar os clones contêm três vezes mais variações genéticas do que as encontradas em média na população atual de furões-do-pé-preto. A introdução desses genes inexistentes nos indivíduos atuais traria benefícios significativos para a diversidade genética da espécie.
O experimento que trouxe Noreen e Antonia ao mundo avança os esforços do primeiro projeto de clonagem de uma espécie ameaçada de extinção nos EUA. Para que isso fosse possível, o Serviço de Pesca e Vida Selvagem do país colaborou com cientistas da empresa de biotecnologia Revive & Restore e outras instituições.
Noreen nasceu no Centro Nacional de Conservação do furão-do-pé-preto, no estado americano do Colorado; já Antonia reside no Zoológico Nacional e Instituto de Biologia da Conservação do Smithsonian, no estado da Virgínia.
Ambos os furões estão saudáveis e estão atingindo parâmetros esperados de comportamento e desenvolvimento. A equipe responsável pelos clones estão aguardando Noreen e Antonia atingirem maturidade reprodutiva neste ano de 2024 para gerar descendentes.
Já a clone de furão fêmea Elizabeth Ann está vivendo na mesma instituição que Noreen. Ela também permanece saudável, com comportamentos típicos da espécie adulta. Entretanto, a fêmea desenvolveu uma condição chamada hidrometra, em que um de seus cornos uterinos — no início do trajeto da trompa — se enche de líquido.
O outro corno uterino não estava totalmente desenvolvido em Elizabeth, porém, essa condição não é incomum em furões-do-pé-preto. Além disso, a equipe acredita que a questão não está ligada com a clonagem e que a saúde do clone simboliza o progresso na biotecnologia para a conservação das espécies.
Fato Novo com informações da Revista Galileu