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Estudantes do sistema prisional apresentam projetos de tratamento de água no Circuito de Ciências do DF

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Uma nova página foi escrita na história da 14ª etapa regional do Circuito de Ciências da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), que aconteceu na última sexta-feira (12). Pela primeira vez, alunos do sistema prisional do DF participaram da competição científica.

Os protagonistas dessa conquista são estudantes do Centro Educacional (CED) 01 de Brasília, que frequentam a Penitenciária IV (PDF-IV) no Complexo da Papuda. Matriculados no terceiro segmento da Educação de Jovens e Adultos (EJA), eles desenvolveram dois projetos voltados para o tratamento e purificação da água, apresentados na etapa regional da Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Plano Piloto.

O primeiro projeto, intitulado “Moringa Oleifera: uma Alternativa para o Tratamento da Água”, foi criado por cinco alunos. A pesquisa investiga o uso das sementes da moringa oleifera como um floculante natural, substituindo produtos químicos convencionais na purificação da água.

“A moringa oleifera contém substâncias que facilitam a floculação da água. Quando temos água barrenta, adicionamos um floculante para que as partículas se aglutinem e se depositem no fundo,” explica a professora Gabriela Cristiana Oliveira, que ensina no CED 01 de Brasília e atua no complexo penitenciário há sete anos.

O segundo projeto, “Ciência e Cidadania na EJA: Filtro Caseiro e SODIS para a Melhoria da Qualidade da Água”, foi desenvolvido por cinco estudantes da segunda etapa. O trabalho sugere soluções acessíveis para filtragem, utilizando materiais simples como pedras, carvão, areia e garrafas PET.

Superando Limitações com Criatividade

As restrições de segurança impediram o uso de objetos cortantes, produtos químicos inflamáveis ou qualquer material perfurante. Apesar dessas limitações, os estudantes conseguiram realizar os experimentos.

Realizar os experimentos na unidade prisional foi um desafio único. “Tivemos que pensar em um tema sobre água que pudesse ser executado dentro de uma unidade prisional, respeitando todos os requisitos de segurança,” conta a professora Luciana Moreira Braga, que está na rede de ensino há 14 anos.

No projeto da moringa oleifera, os alunos utilizaram pilões tradicionais para triturar as sementes e observaram o processo de decantação após duas horas de aplicação na água turva.

Ciência como Ferramenta de Ressocialização

As professoras Marina da Costa, Gabriela Oliveira e Luciana Braga orientaram os projetos. A participação no circuito proporcionou aos alunos uma experiência transformadora. “Ver o experimento acontecendo é muito gratificante,” relata a professora Marina Ribeiro da Costa, atuando no sistema desde 2019.

O momento da apresentação foi especialmente marcante. “Eles estavam muito empolgados, nervosos. É interessante proporcionar todas essas emoções aos nossos alunos,” destaca Gabriela Oliveira.

Como os estudantes não puderam comparecer pessoalmente à etapa regional, as professoras os representaram na apresentação, levando os resultados dos projetos desenvolvidos integralmente dentro da penitenciária.

Apoio Institucional

A iniciativa contou com o apoio fundamental da direção da PDF-IV e da equipe gestora do CED 01 de Brasília. A diretora Telma Cristiane de Almeida destacou que, este ano, com as devidas permissões, uma equipe avaliadora pôde visitar a escola. “A participação proporcionou aos alunos um senso de pertencimento e a compreensão de que têm os mesmos direitos que alunos de outras escolas. A experiência despertou o interesse deles pela ciência e seu uso em benefício próprio,” complementa.

“O objetivo é promover a ressocialização por meio da ciência e da educação. Os alunos perceberam que, através da educação, podem fazer algo para melhorar a vida das pessoas e usar o conhecimento para transformar o lugar onde vivem,” enfatiza Gabriela Oliveira.

Perspectivas Futuras

A iniciativa tem relevância ainda maior considerando o contexto da educação carcerária no DF. Dos cerca de 17 mil presos na capital federal, mais de dez mil não completaram a educação básica. Atualmente, entre 2.100 e 2.400 custodiados recebem atendimento educacional por meio da EJA semestralmente.

O DF se destaca nacionalmente na expansão da educação prisional. Em 2024, com um aumento de 40% na oferta educacional, o DF passou do 8º para o 3º lugar no ranking nacional de ampliação de vagas para educação no sistema prisional.

Com informações da Secretaria de Educação

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