Em julho deste ano, Kayran Nunes da Silva, de 31 anos, morador do bairro Lunabel em Novo Gama (GO), sofreu um acidente de moto que resultou em uma lesão no braço. Após buscar atendimento no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), os médicos determinaram que ele precisava de cirurgia. Em 24 horas, Kayran foi submetido à operação e já recebeu alta. “Não tenho do que reclamar. Achei que, por ser uma cirurgia, ficaria internado por mais tempo, mas fiquei surpreso com a rapidez do processo”, relata.
Essa agilidade é um reflexo das mudanças na rotina do centro cirúrgico do HRSM, que implementou o Projeto Lean, uma metodologia de gestão colocada em prática pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) em maio de 2024. Desde então, o hospital tem reorganizado fluxos, reduzido desperdícios e aumentado a eficiência das equipes.
Os resultados são evidentes: em outubro, o centro cirúrgico geral e obstétrico alcançou um recorde ao realizar 502 cirurgias — o maior número em dois anos. O crescimento é consistente, com 497 intervenções em agosto, 494 em setembro e 502 em outubro, sem contar os partos.
Organização e Produtividade
De acordo com Isabel Lima, coordenadora de Melhoria Contínua do IgesDF, o desempenho se deve a uma gestão mais eficiente, focada na eliminação de desperdícios. “O Centro Cirúrgico Obstétrico passou a contar com uma equipe dedicada, incluindo anestesistas exclusivos. Implementamos protocolos assistenciais e rounds multidisciplinares, fortalecendo a integração entre as equipes. Nosso foco é otimizar os recursos existentes sem precisar de novas contratações ou aumentar o número de salas operatórias”, explica.
Júlio Borges, chefe dos Serviços Cirúrgicos do HRSM, afirma que a mudança trouxe mais previsibilidade e organização. “Melhoramos o gerenciamento das salas, reduzimos atrasos e ampliamos a capacidade de atendimento, inclusive nos fins de semana”, destaca.
O Projeto Lean tem como objetivos a padronização do início das cirurgias até 7h30, o aumento da produtividade e a diminuição dos cancelamentos. Reuniões semanais, protocolos padronizados e capacitação contínua fortalecem o engajamento das equipes.
Mesmo com o aumento no volume de cirurgias, os indicadores de qualidade permanecem estáveis. Até agosto de 2025, não houve elevação na taxa de infecção de sítio cirúrgico, segundo a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
“O foco em gestão, integração e organização garante agilidade sem comprometer a segurança e a humanização”, afirma Borges. “Os resultados refletem o compromisso do hospital com uma assistência eficiente e de qualidade para a população”.
Com informações do IgesDF.








