Em audiência pública da Comissão de Saúde da Câmara Legislativa realizada hoje (27), o presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), Cléber Monteiro, apresentou a prestação de contas referente ao segundo quadrimestre, destacando os investimentos nos hospitais e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) sob sua gestão. Entre as principais obras estão as reformas no Hospital de Base e a construção de sete novas UPAs.
No que diz respeito ao Hospital de Base, o investimento do Iges-DF no segundo quadrimestre superou o total aplicado no Hospital Regional de Santa Maria, no Hospital Cidade do Sol e nas UPAs. Foram investidos R12.472.718noHospitaldeBase,enquantooHospitalRegionaldeSantaMariarecebeuR 12.472.718 no Hospital de Base, enquanto o Hospital Regional de Santa Maria recebeu R 8.420.994, e o Hospital Cidade do Sol e as UPAs somaram R$ 3.612.058. Cléber Monteiro justificou esse gasto maior, explicando que a maior parte dos investimentos foi direcionada ao Hospital de Base, que tem 65 anos e precisa de uma modernização abrangente. “Metade dos nossos investimentos foram para o Hospital de Base. Estamos lidando com uma estrutura muito antiga, e as reformas nos centros cirúrgicos estão sendo feitas como uma construção nova”, afirmou.
A construção das novas UPAs também foi um ponto discutido na audiência. Técnicos do Iges-DF informaram que sete novas unidades serão construídas a um custo estimado de R$ 19 milhões cada. Essas novas UPAs serão localizadas nas administrações regionais de Sol Nascente, Estrutural/Jóquei, Guará, Águas Claras, Taguatinga Sul, Água Quente e Arapoanga.
A presidente da Comissão de Saúde, deputada Dayse Amarilio (PSB), questionou a estratégia de priorizar investimentos em UPAs. “A sensação é que há uma ênfase em investir no Iges em detrimento da Secretaria de Saúde como um todo. Não observamos investimentos semelhantes em outros hospitais. Por que continuar focando em UPAs e não em estratégias de saúde primária? Por isso, as UPAs estão sempre superlotadas. A lógica deste governo é terceirizar tudo”, criticou.
A deputada também se manifestou sobre o bloqueio de leitos nos hospitais sob a administração da Secretaria de Saúde. “Um andar inteiro do Hospital Regional da Asa Norte está com 42 leitos bloqueados devido a problemas de recursos humanos. Esses leitos indisponíveis impactam diretamente quem precisa. Falam que o problema é a falta de comprometimento dos servidores, mas muitos continuam trabalhando mesmo doentes. Atualmente, temos 293 leitos bloqueados na Secretaria de Saúde por falta de profissionais. Precisamos de 25 mil profissionais na rede”, destacou a deputada.
A promotora de Justiça do Ministério Público, Hiza Carpina, enfatizou a importância democrática da prestação de contas ao Poder Legislativo. “Este é um momento legítimo na democracia, onde a Câmara Legislativa exerce seu papel de fiscalização em nome da população do Distrito Federal,” ressaltou. Hiza também elogiou os avanços na informatização dos processos do Iges-DF e pediu um desempenho similar da Secretaria de Saúde. “É fundamental investir em tecnologia da informação na Secretaria de Saúde do DF para melhorar a gestão, pois o uso de ferramentas tecnológicas avançadas permite uma resolução mais ágil dos problemas”, concluiu.








