De uma pequena sala de atendimento a um prédio próprio: o Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) cresceu em importância e no número de profissionais inscritos ao longo de seus 50 anos de existência. O “jubileu de ouro” da entidade foi comemorado em uma sessão solene da Câmara Legislativa nesta segunda-feira (24), com a presença de conselheiros, sindicalistas, funcionários da instituição e outros representantes da categoria.
A homenagem foi proposta pelo deputado Jorge Vianna (PSD), que também é conselheiro da atual gestão da autarquia. “Ao celebrar os 50 anos do Coren-DF, celebramos uma bela trajetória de meio século dedicada ao cuidado, à luta, à ciência e ao compromisso inabalável com a saúde da nossa capital. Falo primeiramente sobre a saúde, pois a missão do Coren é zelar pelo exercício profissional da Enfermagem, cujo objetivo maior é proteger toda a sociedade,” afirmou o parlamentar.
Vianna destacou a Enfermagem como “a alma, o rosto e o coração da Saúde” e argumentou: “Só pode funcionar de maneira segura e responsável se houver uma proteção e uma representação robusta. Cabe ao Coren ser essa voz e esse escudo.”
O deputado afirmou ser “testemunha do trabalho incansável” do Conselho e lembrou algumas ações recentes da entidade, como a articulação pelo piso nacional da Enfermagem e a luta pelo direito dos enfermeiros de prescrever medicamentos.
“Nesses 50 anos, tivemos 14 gestões, cada uma deixando um grande legado para a profissão, contribuindo para a construção desta instituição que hoje conta com 75 mil inscritos,” destacou o presidente do Coren-DF, Elissandro Noronha. Ele também celebrou os mandatos dos deputados Jorge Vianna e Dayse Amarilio (PSB), que têm origens na área da Enfermagem. “Isso reflete o nível de organização da categoria. Quanto mais espaços a Enfermagem ocupar, mais participará das decisões,” apontou.
Noronha parabenizou os 65 funcionários da autarquia, todos selecionados por meio de concurso público, e ressaltou algumas prioridades de sua administração: investir em fiscalização, ética e regulamentação profissional. “Queremos também promover a maturidade classista dos profissionais,” acrescentou.
Gilney Guerra de Medeiros, ex-presidente do Coren-DF (2015-2017) e atual primeiro-tesoureiro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), também elogiou a atuação do conselho regional: “São 50 anos sendo guardião da ética, fiscalizando, disciplinando e regulamentando a profissão. Mas, acima de tudo, são meio século de luta por dias melhores para a Enfermagem.” Ele destacou que a categoria está em “plena evolução” e que a autarquia acompanha esse processo. “Quem se beneficia com isso é a sociedade assistida,” concluiu.
Wellington Antônio da Silva, ex-presidente do Coren-DF entre 2012 e 2014, parabenizou a conquista da sede atual (anteriormente do Cofen) na 304 Norte: “Isso expressa a grandeza que o Coren-DF merece.” Ele mencionou a importância dos conselheiros atuais e das gestões passadas, bem como dos funcionários, para a consolidação e fortalecimento da entidade, e enfatizou: “Espero que as novas gestões continuem o trabalho das anteriores.”
A diretora do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate) e conselheira do Coren-DF, Josy Jacob, reforçou a importância das gestões passadas, mas trouxe uma reflexão: “Desde 1975, tivemos apenas cinco mulheres na presidência; a última foi em 2011. Não estou desmerecendo a gestão dos homens, mas é uma reflexão necessária.”
Jacob também destacou algumas conquistas da gestão atual do Conselho: “Conseguimos romper barreiras: já realizamos seis reformas de repouso na rede privada,” mencionou, detalhando a troca de poltronas por beliches para descanso dos profissionais – algo já disponível para médicos.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do DF (SindEnfermeiro-DF), Jorge Henrique de Sousa e Silva Filho, propôs uma “reflexão”: “Nestes 50 anos, a categoria profissional que mais revolucionou seu processo técnico-científico no Brasil foi a Enfermagem. Temos moldado nossa prática de forma dinâmica, o que é vital para colocar a Enfermagem no centro das discussões sobre a política pública de Saúde no Brasil.”
Atuação Conjunta e Complementar
Kennedy Feliciano, diretor da Associação Brasileira de Enfermagem Seção Distrito Federal (ABen/DF), defendeu a “atuação conjunta” dos diferentes espaços de representação da categoria: sindicatos, Conselho e associação. “Eles têm papéis distintos, mas complementares. Quando trabalham lado a lado, todos se beneficiam: o SUS, a Enfermagem e a população atendida,” argumentou.
Ao final da solenidade, foram entregues moções de louvor a pessoas que contribuíram com a trajetória do Coren-DF, reconhecendo suas atuações e contribuições pessoais.








