A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) lançou, na quinta-feira (2/10), a operação Ilha de Chipre em Belo Horizonte, focada no combate à receptação de fios de cobre e outros materiais metálicos de origem ilícita. A operação contou com a participação de órgãos de segurança e fiscalização e mobilizou cerca de 140 agentes públicos.
As investigações começaram em julho deste ano, a partir de levantamentos realizados pelo setor de inteligência do 1º Departamento da PCMG, em colaboração com o Centro Integrado de Operações da Prefeitura de Belo Horizonte (COP-BH). As informações obtidas apontaram dez locais suspeitos de comercialização irregular, levando à solicitação judicial para cumprimento de mandados de busca e apreensão.
Durante a operação, dez estabelecimentos nas regiões Centro-Sul e Leste da capital foram inspecionados, resultando na interdição de dois deles. Em um dos locais, foram encontrados cerca de 40 quilos de fios de cobre de origem desconhecida, além de 13 celulares, cadernos de anotações, uma quantidade significativa de ferramentas elétricas, diversos documentos e duas réplicas de arma de fogo.
Todo o material será submetido à perícia, e os celulares passarão por extração de dados para aprofundar as investigações.
Cadeia Criminosa
Conforme o delegado Eduardo Hilbert Martins, a operação visa atingir não apenas os receptadores diretos, mas também os beneficiários da cadeia criminosa. “Identificamos não só a base, composta por indivíduos em situação de vulnerabilidade que cometem furtos, mas também aqueles que realmente lucram com esse esquema, muitas vezes distantes dos ferros-velhos, mas que concentram os ganhos dessa atividade ilegal,” explicou.
A ação integrada também resultou em autuações administrativas. Foram lavrados 14 autos de notificação e oito autos de infração relacionados à falta de alvará de funcionamento, falhas em projetos de prevenção contra incêndios e descumprimento de ordens de interdição.
Adicionalmente, durante as fiscalizações, dois pássaros da fauna silvestre foram encontrados em cativeiro irregular e foram apreendidos, sendo encaminhados às autoridades ambientais competentes.
Efetivo
No total, 60 policiais civis participaram da operação, com o apoio de 20 bombeiros militares, 20 policiais militares, 40 guardas municipais e 20 fiscais da Prefeitura de Belo Horizonte. Até o momento, uma prisão em flagrante foi realizada por receptação qualificada, além da abertura de um inquérito policial e sete procedimentos preliminares de polícia judiciária.
O inquérito continua em andamento, e novos desdobramentos são esperados com a análise dos celulares apreendidos. “As informações extraídas permitirão identificar e qualificar todos os envolvidos, inclusive aqueles que ocupam posições mais altas na cadeia criminosa. O objetivo é sufocar a receptação, que alimenta o furto de fios e causa prejuízos significativos à sociedade,” finalizou o delegado Eduardo Hilbert.

