Somente entre janeiro e maio deste ano, 334 mulheres passaram a ser assistidas pela iniciativa Viva Flor | Fotos: Divulgação/SSP-DF
O Programa Viva Flor, desenvolvido pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), continua se destacando como uma das principais iniciativas de proteção para mulheres em situação de risco. De janeiro a maio deste ano, 334 mulheres passaram a ser atendidas pelo programa, que oferece atendimento humanizado, monitoramento eletrônico e acionamento imediato da polícia em situações de emergência. No mesmo período, 8 agressores foram presos por descumprirem medidas protetivas de urgência (MPUs) relacionadas ao programa.
Desde a sua criação, em 2018, o número de mulheres atendidas pelo Viva Flor tem aumentado gradativamente, alcançando atualmente 1.102 participantes. As regiões administrativas de Santa Maria, Ceilândia, Gama, Planaltina, Riacho Fundo e Taguatinga concentram mais da metade das beneficiárias. A maior parte das mulheres assistidas pelo programa encontra-se na faixa etária entre 30 e 59 anos.
“O Viva Flor vai além de uma ferramenta tecnológica — ele é o elo entre a mulher em situação de risco e o acolhimento oferecido pelas instituições. Desde o início do programa, nenhuma mulher monitorada foi vítima de feminicídio, o que reafirma sua relevância como uma política pública de prevenção à violência”, afirma o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar. “Trata-se de um modelo consolidado, que combina tecnologia, resposta rápida e acolhimento qualificado. Nosso compromisso é continuar fortalecendo essa rede de proteção que salva vidas diariamente.”
A juíza Fabriziane Zapata, coordenadora do Núcleo Judiciário da Mulher (NJM/TJDFT), também destacou a importância do programa, classificando-o como uma medida essencial de proteção. “O Viva Flor não é apenas uma ferramenta tecnológica; em momentos de perigo, ele se torna uma linha direta entre a vítima e o socorro imediato, assegurando que vidas sejam preservadas. É uma chance para as mulheres reescreverem suas histórias com segurança e dignidade”, declarou.
Expansão do Programa
O crescimento do Viva Flor tem sido expressivo ao longo dos anos. Em 2021, o programa atendia 74 mulheres. No ano seguinte, esse número subiu para 101. Em 2023, 511 novas participantes foram incluídas no programa, resultado do trabalho realizado pela Rede de Proteção e das campanhas de conscientização. Em 2024, o número de novas inclusões chegou a 774. Já em 2025, apenas entre janeiro e maio, 334 novas mulheres passaram a ser atendidas, confirmando a expansão contínua e a importância do programa.
A expansão do Viva Flor tem sido expressiva
Para a subsecretária de Prevenção à Criminalidade da SSP-DF, Regilene Siqueira, o programa Viva Flor é um exemplo de política pública eficiente. “O combate à violência contra a mulher deve ser uma responsabilidade compartilhada por toda a sociedade. O poder público precisa oferecer respostas rápidas, concretas e integradas. É exatamente isso que o Viva Flor faz: protege, acolhe e fortalece. E faz isso considerando não apenas a violência direta, mas também os contextos de vulnerabilidade social enfrentados por muitas dessas mulheres. Nosso objetivo é garantir segurança e dignidade para que elas possam reconstruir suas vidas com autonomia e tranquilidade.”
Facilidade de acesso
A inclusão no programa ocorre por decisão judicial, com a concessão de uma medida protetiva, ou por determinação administrativa de um delegado de polícia, conforme estabelecido em portaria conjunta entre SSP-DF, PMDF e Polícia Civil do DF (PCDF). Essa inovação reduziu significativamente o intervalo entre a denúncia da violência e a disponibilização do dispositivo de segurança, aumentando a eficácia das medidas protetivas.
Uso da tecnologia
Inicialmente, o Viva Flor funcionava exclusivamente por meio de um aplicativo no celular. A partir de 2021, foi introduzido um dispositivo específico, semelhante a um telefone móvel, para atender mulheres em situações de maior vulnerabilidade. Atualmente, ambas as ferramentas estão disponíveis para mulheres com medidas protetivas.
“A base do nosso trabalho é a escuta qualificada, o acolhimento sensível e o uso estratégico da tecnologia. O Viva Flor proporciona às mulheres um canal direto para pedir ajuda e, ao mesmo tempo, oferece segurança para que elas consigam romper com o ciclo da violência”, explica Rosineide Sá, coordenadora do programa.
Com apenas um toque, o alerta é enviado ao Centro de Operações da PMDF (Copom), localizado no Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB). O Copom oferece atendimento especializado e acolhedor, garantindo suporte e acompanhamento às mulheres em situação de violência doméstica ou familiar que buscam ajuda policial. O sistema utiliza tecnologia de georreferenciamento, o que assegura rapidez no envio das viaturas e amplia a prevenção de crimes mais graves.
Atendimento humanizado
“O Copom Mulher é um serviço especializado da Polícia Militar do Distrito Federal, com o objetivo principal de oferecer um atendimento sensível, qualificado e humanizado às mulheres em situação de vulnerabilidade. Por meio de ligações telefônicas, policiais militares fornecem acolhimento e orientações sobre o ciclo de violência e os mecanismos de proteção disponíveis no âmbito do Governo do Distrito Federal. Esse atendimento busca conscientizar a vítima sobre a importância de registrar a ocorrência e de acionar a rede de apoio, sempre respeitando sua vontade e seus limites. A iniciativa visa fortalecer a autonomia das mulheres, incentivando-as a reconhecer sua situação e acessar os recursos legais e institucionais de forma segura e informada”, explicou o chefe do Copom, tenente-coronel Rafael Delatorres.